quarta-feira, 3 de março de 2010

Cine Palace


IBI Cinemas


Complexo de cinemas localizado na Av. José Correa Machado, nº 1079, dentro do Ibituruna Center Shopping na cidade de Montes Claros / MG.

Telefone: (38) 3222-2355

É um empreendimento da empresa AFA Cinemas.

Cine Rex

Uma das raras salas de cinema que funcionavam fora do centro da cidade de Juiz de Fora, o Cine Rex era localizado na rua Doutor Duarte de Abreu, nº 58, no bairro Mariano Procópio.

Hoje está desativado.

Cine-Theatro Paz

Inaugurado em Juiz de Fora no dia 10 de janeiro de 1920, por iniciativa do comerciante, ex-fazendeiro e político, em Bicas (MG), José Ribeiro de Oliveira e Silva, o Cine-Theatro Paz através de sua empresa a J. Ribeiro & Cia., tendo como gerente Edgard Victor Foureaux.

O cinema destacava-se na Halfeld na década de 20. Ele foi apresentado como uma casa de diversões de primeira ordem, que oferecia conforto e bem-estar, acomodações amplas e números variados tanto na tela quanto no palco. Uma casa de diversões à altura do adiantamento e alto grau de civilização de Juiz de Fora.

O Cine-Theatro Paz encerrou suas atividades em 30 de março de 1929.



Cine-Theatro Central





Com mais de 3 mil lugares, inaugurava se no dia 30 de março de 1929, em Juiz de Fora, no lugar pertencido ao Polytheama, uma ampla casa de espetáculos de propriedade de Francisco Valladares, presidente da Companhia Central de Diversões, e era então batizado de Cine-Theatro Central. O filme de inauguração foi “Esposa Alheia”. no evento, contou com a ilustre presença de Antonio Carlos Ribeiro de Andrada, então presidente do estado de Minas Gerais.

Com a inauguração do Cine-Theatro Central, os cinemas Paz e Polytheama deixaram de funcionar.

Quase um ano depois, no dia 17 de fevereiro de 1930, ele exibia o primeiro filme depois do advento do som: “O cantor de Jazz”.

O projeto do Cine-Theatro Central reflete as aspirações culturais da sociedade juizforana das primeiras décadas do século XX, ditadas pelo estilo de vida europeu. A suntuosidade da ornamentação interna revela a visão da sociedade juizforana sobre si mesma, numa época em que a cidade colecionava títulos pomposos como a "Manchester mineira" ou a "Barcelona mineira", referências ufanistas industriais e a sua tradição cultural.


Em contraste com o esplendor de seu interior, o prédio do Central apresenta fachadas que foram consideradas simples na época. Tal opinião devia-se ao fato de que a arquitetura do Central e distingue-se de outros imóveis construídos pela Pantaleone Arcuri no mesmo período - por ter um caráter inovador, orientado por linhas retas e pela tendência de geometrização da arquitetura Art Décor, concebida pelo arquiteto Raphael Arcuri. Em alta na Europa e nos Estados Unidos, a Art Décor era uma novidade para Juiz de Fora, o que em 1927 levou o diretor de obras públicas municipais, ao analisar as plantas para liberar a licença para a construção do Central, a observar em seu parecer que a fachada simples poderia ser substituída futuramente por outra “condizente com a importância” da Halfeld.

O Cine-Theatro Central recebeu grandes companhias líricas, orquestras e espetáculos teatrais. Os lugares de seus camarotes só eram vendidos durante apresentações de teatro e ópera, quando eram ocupados pelas famílias mais tradicionais da cidade: a elite do comércio, da indústria, da política e dos profissionais liberais - todos os engalanados para a grande de ocasião. O público também lotava o Central, aos sábados, entre a década de 40 e 50, para participar dos programas de auditório da Rádio Industrial, que traziam a Juiz de Fora grandes nomes da era do rádio, como as cantoras Adelaide Chiozzo e Eliana. O primeiro espetáculo exibido no Central foi a “Esposa Alheia” um filme dividido em oito atos e exibido após a apresentação da orquestra do teatro.


O Central é o principal exemplar arquitetônico de uma época em Juiz de Fora, os anos 20, período em que foram construídos importantes edifícios como o prédio do Banco de Crédito Real (1929) e a sede da Cia. Pantaleone Arcuri (1923 a 1927), o Palace Hotel (1929) e a Escola Normal (1930), símbolos do início da industrialização no Brasil, fase bem representada por Juiz de Fora e ainda pouco valorizada. Tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o teatro sempre foi mais do que uma casa comercial. É um centro de cultura e alvo do afeto da população. Espaço cultural de uso múltiplo, o Central é um dos principais teatros do pais. Seu palco foi projetado para apresentações de óperas, balés e orquestras, mas o teatro também teve sua importância fundamental no cinema. A exibição dos filmes era antecipada por um prefixo, a pequena ópera “Cavalleria Rusticana” do italiano Mascagni. Nos anos 70, com a platéia vazia, sinal dos tempos, bom mesmo era pagar o ingresso e assistir às sessões duplas.

O prédio do Central é um exemplo entre a arquitetura e as artes plásticas. O amplo e arrojado vão de estrutura metálica, sustentado sem pilares, deixa de ser mera estrutura para se transformar em objeto estético, sob a ação dos pincéis e Ângelo Biggi. Italiano radicado em Juiz de Fora após a Primeira Guerra Mundial, Biggi decorou o interior do teatro, produzido um dos grandes trabalhos da pintura mural da cidade. No teto, ele inseriu medalhões com efígies de grandes mestres da música: Vagner, Verdi, Beethoven e Carlos Gomes. Nas paredes, "abundante e compacta ornamentação".

A obra dos Cine-Theatro Central assumiu importante papel ao inserir de Juiz de Fora no corredor cultural do eixo RJ-SP-BH, especialmente durante os anos 30 e 40, quando foi palco das grandes produções nacionais e estrangeiras, com apresentações destacadas companhia teatrais e líricas. De meados dos anos 50 e início dos anos 70, o Central foi cenário de concertos líricos do Teatro Experimental de Ópera de Juiz de Fora. Na década de 70, o Cine-Theatro - uma das únicas casas do país adequada para receber quase todos os gêneros de espetáculos, integrou o “Circuito universitário”, que trouxe a Juiz de Fora alguns dos mais importantes nomes da MPB, como Milton Nascimento, Chico Buarque e Gonzaguinha.

Apesar dos desgastes provocados pelo tempo, da precariedade das instalações elétricas e hidráulicas, sujeitando o patrimônio à ameaça de incêndio, resistiu como cenário cultural de grandes eventos nos anos 80 e início dos 90, época em que recebeu nomes como Tom Jobim e Arthur Moreira Lima e Wagner Tiso. Desencadeou-se a campanha de aquisição do prédio e sua restauração. Adquirido pela Universidade Federal do Juiz de Fora, passou a ser gerenciado em parceria entre UFJF e prefeitura.

E o custo da desapropriação da Companhia Franco-Brasileira custou aos cofres públicos e a quantia de U$ 2,1 milhões de dólares paga pelo ministério da educação através do governo federal e doado à Universidade Federal do Juiz de Fora. A solenidade oficial de compra do imóvel ocorreu no dia 07 de maio de 1994.

Em 1995 foi fechado para as obras de restauração, que recuperaram toda beleza e grandiosidade do teatro, que, re-inaugurado em 14 de novembro 1996 voltou a ser palco de grandes espetáculos.

Uma curiosidade é que o prédio do Cine-Theatro Central foi a primeira construção de concreto armado da cidade de Juiz de Fora. A empresa responsável pela restauração foi a Espaço Tempo, de Maximiniano e Martha Fontana.



A reforma do Cine-Theatro Central





Foi preciso remover camadas de tinta, poeira, mofo e descaso para redescobrir o esplendor do Cine-Theatro Central do passado. O resgate de um patrimônio como este era algo complexo e demandava mão-de-obra especializada e recursos que só seriam reunidos com o empenho de muitas fontes.

O caminho se abriu com a inclusão do espaço cultural no Programa de Incentivo à Cultura, a Lei do Mecenato, o que possibilitou o apoio financeiro de grandes empresas ao projeto de restauração, beneficiando-se, em contrapartida, de incentivos fiscais. Não demorou para que toda a verba fosse captada e a reforma, orçada em aproximadamente R$ 2 milhões, tivesse início em janeiro de 1996.


A recuperação do edifício ficou sob o encargo da empresa especializada Espaço-Tempo, de Belo Horizonte, vencedora da concorrência realizada para contratar a restauração. Durante mais de oito meses, quatro restauradores profissionais coordenaram as células de trabalho de equipes formadas por estudantes de artes, arquitetura e urbanismo da Universidade Federal de Juiz de Fora, que se equilibraram sobre uma plataforma de 500 metros quadrados para a tarefa de limpeza, fixação e restauração das pinturas de Ângelo Bigi no forro.


Sob nada menos do que sete camadas de tinta, os restauradores localizaram, no foyer do teatro, quatro figuras femininas que integravam a ornamentação artística original, de autoria de Bigi, mas há muito encobertas e, portanto, desconhecidas do público atual. A retirada de pinturas das paredes também revelou desenhos decorativos do artista italiano nas escadas, no balcão e na boca de cena.

Todo o trabalho, que foi acompanhado atentamente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), incluiu obras de recuperação do prédio, com troca de telhado, reforma de instalações elétricas, de poltronas e camarotes, instalação de equipamentos e mecânica cênica, que colocaram a "engrenagem" do velho teatro em funcionamento outra vez.

O Cine-Theatro Central estava pronto para mais uma noite histórica. Sete décadas depois, em 14 de novembro de 1996, o edifício foi oficialmente reinaugurado. Ali estava de volta, em cores revigoradas, o grande templo da cultura de Juiz de Fora, um dos maiores patrimônios arquitetônicos da cidade, o palco definitivo das grandes emoções e da criação artística.